sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Cinema Falado

Por que depois de beijar Kathy.

Ele canta na chuva.
(Singin in the rain)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Meneghetti

diz que faz vontade
arde essa cidade
tinha pimenta?
senão num adianta
enquanto se empanturra
estou ali pelo samba
o mesmo que da outra vez
a nós, inflama
faltou tu somente
nem-te-vi: ouvi
mas até aí
isso é passarinho qui canta.
(Poesia de Caco Pontes para Natália)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

pela madrugada.

Impulsiva, não consigo controlar minhas emoções.
ontem a noite eu chorei.
sentia as minhas lágrimas, escorrendo pelas bochechas, pelo meu maxilar, pelo pescoço, até chegar no meu peito.
Meu corpo estava muito quente, e as minhas lágrimas frias.
Chovia,
era madrugada, eu reabri as janelas, para o vento entrar.
arrepiei, suspirei.
Eu estava nua, sentada na minha cama, observando a rua, da janela do meu quarto, que fica no alto.
Apaguei a luz, meus cílios ainda molhados e meus olhos inchados, vermelhos,
o meu corpo foi se acalmando, voltando a temperatura.
a chuva parou, e deixou o chão da rua e os telhados das casas molhados, fiquei ouvindo os gotejos na minha janela.
já era quase dia,
fechei a cortina, e me deitei.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

sonhoenquantodurmo ou durmoenquantosonho?

Prefiro dormir, por que enquanto durmo a realidade não convém.
Durmo por que posso sonhar, e sonhando eu vou além:
eu chego no céu.
eu caminho na estrada deserta.
eu nado na imensidão do mar, no mais profundo.
consigo ver nitidamente uma pessoa que não vejo.
sinto que estou caindo em um abismo mas o chão nunca chega.
vivo em um filme, tipo 007.
já fui até a lua, e é incrível.
chego muito próximo daquilo que me dá mais medo, e perco-o.

Acordo, porque tenho que acordar.
Por que a vida eu tenho que levar, e a vida é bonita, mas é tão bonita, que eu vou aproveitar.
ah que preguiça de levantar.
a realidade me convém.
os meus sonhos deixei ali.
mas dormir eu prefiro,
por que assim é que realmente eu me sinto.
feliz.

domingo, 9 de agosto de 2009



Ganhei e aprendi a andar de bicicleta (sem rodinhas) com ele, lembro da paciência em ficar a tarde inteira, entre tombos, ralando o joelho, e ele corria até mim para me levantar do chão na calçada, da rua do Lirismo, na Moóca, onde eu passava grandes finais de semana com meus primos, até eu conseguir me equilibrar nas duas rodas, e eu consegui. aprendi a gostar de jogar bola com ele (e gosto até hoje); aprendi a empinar pipas, fazer rabióla, mas a minha pipa não tinha cerol só a do meu primo que ficava cortando a pipa dos meninos da outra rua e ficava protegendo a minha para não cortarem, nos domingos a tarde. Aprendi a pescar, andar de patins, o modelo antigo e o mais novo, jogávamos vídeo game, super nintendo, e foi ele que me deu. tinha ataques de riso a noite, quando estávamos deitados, porque ele ficava me contando histórias engraçadas e eu acordava a minha avó e minha tia porque não conseguia parar de rir, a noite eu tinha medo de ir ao banheiro sozinha e ele me levava até lá, me esperava na porta e voltávamos para o quarto. Iamos comprar roupas, digo que é o melhor companheiro. Beber um copo de vinho quando se é criança para acompanhar o seu pai na cerveja, eu que pedia. Em um natal com o meu primo, tinhamos uns nove anos, quase matamos uma garrafa de champangne, e ele não nos puniu, bebeu com a gente também, levar eu e o Diego para almoçar e jantar e fazer "cachorro louco" (melhor nem comentar...) e eu ficava nervosa. Andar na garupa da moto dele, ter medo da luva que ele usava na moto. ter cabelos lisos, olhos puxados, ter um ar de ironismo, meu lado dramático, poder dizer que já tive raiva, resolvi não falar mais, mas depois perceber como é importante a presença de pai na vida da gente, ele representa o lado social da vida, meu pai representou muitas coisas pra mim, ele é a única pessoa que eu consigo ouvir de verdade. E depois de alguns anos quando a vida vai esclarecendo as verdades, hoje consigo entender meu pai, e como eu sempre digo não importa o que já se foi, passado é passado, mas eu sei que sempre que eu precisar ele deixará uma luz acesa para mim. Feliz dia dos pais, ao meu pai, Antonio Carlos Pavan, meu Toninho.
Foi inesperado, mas que delícia passar o dia ao seu lado.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

às vezes é bom.

às vezes é bom.

poder explodir.
querer transbordar.
falar sem parar.
chorar.

às vezes é bom.

manter um abraço.
viver sem pecado.
dar seu recado.
contemplar.

às vezes é bom.

dormir a tarde inteira.
ascender a fogueira.
olhar a lua cheia.
festejar.

às vezes é bom.

ficar de bobeira.
por na peneira.
não dormi a noite inteira.
deixa pra lá.

às vezes é bom.

Saber perdoar

e é sempre bom.
mas bom mesmo é aqueles que podem voar.
Free.

(Natália)

A Menina.

O sol demorou para se pôr.
A luz do dia estava forte, refletia em alguns pontos da rua, doirava as folhas das árvores.
A menina percebeu o quanto os passarinhos cantavam, era fim de tarde.
Sentada na porta de sua casa, observava que as pessoas estavam felizes, resolveu dar "oi",
para todos que passavam, alguns respondiam outros não...
Do outro lado da rua um cachorro de pêlos brilhantes, pela luz do sol, chamou a atenção daquela menina, os dois se fitaram.
A menina de cabelos finos e longos, soltos, onde o vento não deixava-os no lugar, e ela vibrada naquele cachorro, tirava o cabelo do rosto com um gesto apressado e agressivo, ela não conseguia parar de fitá-lo.
O cachorro sentou, mas não parou de olha-la também.
Os passarinhos que ela ouvia, vagarosamente foram abaixando o tom da cantoria.
Ela não podia atravessar a rua, sem permissão da sua mãe, ou da irmã mais velha que podia acompanhá-la, mas nem sempre fazia. Ela não podia se aproximar do cachorro, ela não quis chamá-lo até o seu encontro.
Escureceu.
A mãe dela chegou, pegou a no colo, e por alguns segundos ela desviou o olhar do cachorro, e ele foi embora, e nunca mais se quer voltou, para ver a menina.

sábado, 1 de agosto de 2009

Mas se a vida é a arte do encontro, por que há tanto desencontro pela vida?