segunda-feira, 24 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Perguntei à Lua.

Ei lua, posso te fazer uma pergunta?
Você está me vendo daí? por que eu te vejo tão bonita daqui.
Você consegue me ouvir? eu preciso me desabafar com alguém, e eu escolhi você.
Te acho tão parecida comigo, me influêncio nas suas fases, sou feita de fases também, eu já te vi de tantos lugares diferentes, já te vi tão grande, toda amarela, e quando te vi assim, eu tava tão distante de tudo e de todos, eu estava ali te admirando, tão feliz. E quando não te vejo fico te procurando, esperando você aparecer...
To te chamando por que hoje meu coração quase saiu pela boca, e eu queria explodir, quis chorar, parecia que a vida ficou por ali me olhando por trás, então te procurei para me acalmar, e ao te ver suspirei e sosseguei. Eu que fico aqui esperando que as coisas aconteçam, tem como você me mostrar um caminho agora? o apego não quer ir embora.
Você consegue entender e me dizer que fase é essa que eu vivo?
Eu vou cortar meus cabelos, jogar as coisas fora para abrir um vazio e a prosperidade entrar.
Vou amar de um jeito diferente, vou contra a corrente, quando você estiver em oposição ao sol peça para ele me iluminar aqui na terra, pois estou aqui entre vocês dois, igual acontece com você quando está cheia, e posso te ver a noite inteira. você ouve quando eu canto? você está tão distante e parece estar tão perto, você que daí vê todos os amantes de longe, tantas estrelas ao seu redor, ao meu redor também tem muitas estrelas, mas algumas se apagam com o tempo, param de irradiar luz ao meu redor, e não as vejo mais...
As crateras te machucam? eu tenho algumas que me machucam também, mas eu procuro não guardar elas comigo, é melhor assim, ? Fica crescente? só para eu ver o seu sorriso, pra depois eu te ver toda cheia de novo.
Ó lua de quatro fases, que reflete a sua luz através do sol, reflete essa luz aqui pra mim?
Para eu irradiar essa noite, e transbordar minha voz em sons.
Me olhe de onde estiver por que agora eu to pronta!

terça-feira, 11 de maio de 2010

A sala

Está tudo diferente, o sofá mudou de lugar na sala, a mesa de jantar de vidro foi doada para a cozinha, a TV foi para o quarto, o tapete guardado na dispensa, e o abajur foi transferido para o outro canto da sala , a lâmpada foi trocada, agora por uma luz mais baixa; a parede pintada de verde, e então foi pendurado um quadro grande, o desenho, é de uma igreja barroca pintada de giz pastel que realça com a cor verde da parede. Logo um pouco abaixo do quadro, mais para a esquerda uma orquídea foi colocada na mesinha de canto, a mesma que apoia o abajur, a luz é focada na orquídea amarela e na parede verde, que ilumina metade do quadro, e ao olhar passa uma sensação de alegria. Talvez não para o cachorro que sente falta do tapete, de ficar se esfregando nele e tirar uma soneca, o sofá é proibido para ele, mas mesmo assim insisti, pela atracão de ser da mesma cor, ambos são pretos. Mas o tapete branco, já estava ficando amarelo de tanto ele fazer xixi.
A pequena Aurora que irá completar três anos, mês que vem, também sentiu falta do tapete, pois era nele que colocava as suas bonecas para dormir, em compensação, o Bráz que já tem cinco anos não sentiu falta, por que agora seus carrinhos deslizam pelo chão, que antes se atritavam pelo tapete...Os dois fizeram um desenho para pendurar na parede verde, fizeram no chão, agora dá sem o tapete; ela fez um rabisco todo colorido, e ele desenhou um carrinho vermelho enorme, uma pipa, uma bola e ao lado da bola uma flor e escreveu em baixo Aurora.
Aos poucos os três, o Cachorro, Aurora e Bráz foram cada vez mais gostando daquele novo ambiente, a TV já não fazia tanta falta assim, é que agora eles brincam mais, sem se distrair com ela. O tapete, o cachorro que se chama vira-lata esqueceu-o e agora passava a fazer xixi só na grama do quintal, e Aurora como cresceu alguns centímetros, já consegue colocar suas bonecas para dormir no sofá, as vezes acorda-as e coloca na mesinha ao lado do abajur, para dar comida, e Bráz tem toda a sala livre para deslizar seus carrinhos, que as vezes o vira-lata corre atrás, põe na boca e foge, só para Bráz correr atrás dele.