sábado, 11 de julho de 2009

Foram ver o mar.

Ela esperava ansiosamente, não sei bem o que.
Estava ansiosa, inquieta, pressentia que algo iria acontecer, e a ansiedade não passava.
Frio na barriga, ficou gelada, os pêlos se arrepiaram, o barulho daquele lugar ficou mais externo, ouvia a sua respiração, e a batida do meu coração acelerar.

Foi até o balcão pegar uma bebida, não queria beber. Mas por um segundo teve uma reação impulsiva. Pediu uma cerveja: "-Pode ser Bohemia mesmo, obrigada!".
Esperou um tempo para se virar, abriu a cerveja deu um gole (agora estava um pouco mais calma), e virou-se. Ele já não estava no mesmo lugar, o mesmo do qual a olhava, e ela fingia que não o via.
Começou a procurar loucamente, sua cabeça se mexia para todos os lados e seus olhos olhavam ao todo, sem se fixar em algo, relaxou. Por um momento ficou triste: "Mas cadê ele?!" pensou.

Eles já se conheciam, mas só de olhares, que por acaso, acabavam caindo no mesmo lugar, amigos em comum, mas sem coragem (ambos) de se chamarem...dessa vez ele foi:

- Oi. (a voz dele)
As pernas estavam bambas, o coração ia sair pela boca, ficou gelada novamente.
Sorriu, e sentia as bochechas tremerem, vermelha, respondeu:
- Oi.
- Eu não conhecia esse lugar.
- É nem eu...mas achei bem legal.
- Você ta sozinha?

Era óbvio que não, mas essa pergunta tinha um duplo sentido.
- Sozinha em que sentido? perguntou ironicamente.

Ele riu, abriu um sorriso, que a deixou mais vermelha ainda, sentiu deu calor.
-Ai ai morena, eu te quero só pra mim.

Fez charme. Mudou de assunto.
- Gosto muito dessa música!
- Quer dançar?
- Hmmm, quero!

Pegou na mão dela e a conduziu para o salão, virou-se para ela, envolveu a cintura dela em seus braços, e conduziu a cabeça dela próxima ao seu peito. Aquele momento era deles. Ao som de Ray Charles, perfeito. Ela tirou a cabeça do peito dele e olhou fixamente para os olhos dele, ele a olhou sorriu, e vagarosamente foi aproximando seus lábios aos lábios dela. E bem perto perguntou para ela:

- Posso?

-hmhum, pode.

Sem juízo eles saíram daquele salão escuro, ele a convidou:

- Vamos ir ver o mar?

- Ver o mar? Mas agora?!!...

- Já, te levou para ir ver o mar. Quer ir?

Ela se deixou ir, fechou os olhos, meu Deus!

Se amaram.


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