sábado, 28 de novembro de 2009

Cortar os cabelos é um ritual que ela sempre faz todos os anos.
O cabelo lhe representa toda a sua história de vida, é difícil entender mas o apego é tão grande, e o cuidado é tão delicado, que toda ida ao cabeleireiro é uma explosão de sentimentos, e um desapego com aquele que o acompanha e recebe grandes elogios:
"menina, que cabelo lindo!tem um brilho que só"

"que shampoo você passa"

"Nossa seu cabelo está enorme e lindo, posso por a mão?".

É a combinação perfeita, um charme ter aqueles cabelos de prender a atenção daqueles que a vê por trás. Não há segredo de como cuidá-los, não usa shampoo´s caros nem passa creme para pentear, o cabelo é especial da menina, ele é natural assim como ela, não há tinta e brilha com tanta vitalidade que quando o sol bate irradia, fazendo com que os olhos da gente que estão acostumados com os cabelos normais chegam a se empinotizar, e se alguma invejosa percebe toda a atenção voltada para os cabelos da menina, tenta desviar a atenção puxando algum assunto sem pretensão alguma, mas atenção, o cabelo não deixa de brilhar.
"não prende deixa solto!"

"solta para eu ver?!"

"você vai deixar crescer mais?não corta!"
Certa vez fez promessa, cortar cinco dedos do cabelo e jogá-los ao mar.
havia um pedido na mente dela, e tal crença que lhes colocaram na cabeça que jogando os cabelos no mar o pedido se realiza, e cabelo é coisa fácil de se desapegar.
Justo e feito o cabelo foi cortado, não só cinco dedos, cortaram dez dedos de todo o cabelo, por que assim a oferenda é maior e o pedido há de se realizar!
Ela se desesperou, e para consolar tal tristeza da menina, lhes disseram:

"calma, calma, logo logo cresce, cabelo é coisa boba para se apegar"
Saiu de cara triste, e não a olhavam mais com tanta admiração, com os cabelos dentro de um saco na mão, a menina desabou a chorar, e não tinha como a consolar, ela agarrou os cabelos dentro do saco preto, que agora não pertencia mais a ela, tamanho o desespero de perder uma parte que lhe pertence, e de uma hora para outra, não se ter mais apego,
sente dor no peito?.
"Chora menina, chora por que a tristeza é para ser sentida e os seus cabelos, irão para o mar, e se a promessa tem que ser comprida, seus cabelos irão voltar com vida."

Promessa comprida?

E os cabelos da menina?ainda brilham?....

A menina, colocou cabelos pra parar de chorar, é dela ter cabelos compridos, e pintou-os de preto para tentar se encontrar, pintou de vermelho para radicalizar, pintou-os de roxo para todos olhar, por fim pintou de rena para ressecar.
a tal promessa foi comprida, mas a pobre menina nunca mais viu seus cabelos,
voltar a brilhar.

sábado, 21 de novembro de 2009

Maravilha,


é trabalhar ao lado deles!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

triste esta solidão,
causa essa desritmia no coração.
como era bom sentir o cheiro desses seus cabelos,
gostosa sensação.
tentei achar o mesmo,
às vezes andando pelas ruas
sinto ainda esse cheiro...
e quando ele invade o sensível ofato,
todo ritmo acelera, dá calor no corpo, parece chama, por instântes ele volta a viver.
mas é rápida sensação,
e depois de virar a esquina, volta a tal da solidão.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Solidão, não é a ausência de alguém.

Solidão é mais do que isso.

Medo, não é a ausência da coragem.

Coragem é ousadia, força.

Tristeza, não é a falta de felicidade.

Felicidade, é momentânea.

tudo tem a sua analogia, é análogo.
Tudo é semelhante.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

aos dias doirados.

São quase seis horas da manhã, e eu me levanto vagarosamente. Abro a janela e nem raiou o dia, é sempre assim; ponho água no fogo para preparar o café e depois de adoçá-lo vou até a varanda ver o sol nascer. Dessa vez não.

Acordei e ainda estava escuro, fiz a mesma rotina, mas o sol não nascia, quando eu vi já não era mais dia. Há quem não me entenderá, por que não sou o tipo de pessoa que perde a hora, pelo contrário, sou pontual. e estranho o telefone não tocar, ninguém me chamar, não me procurarem, de sábado para domingo, não fui em festa ou coisa assim, não sou da noite sou do dia. estranho acontecimento que aconteceu, abri a porta para pegar o jornal e a notícia da capa dizia: "Adeus sol", eu não entendi e liguei para o mesmo telefone que sempre ligo e afirmaram: "Adeus Sol", meu ritual de acordar no escuro para ver ele nascer não aconteceria mais, e meu desespero foi tamanho, que eu me perdi e não sabia por onde começar aquele novo começo ou fim, o que eu iria fazer sem ele o meu companheiro diariamente matinal, já que é ele quem alegra os meus dias, pois quando ele surge eu fico eufórica, por que ele me traz energia, escuto o barulho dos pássaros também na mesma euforia, as andorinhas não voavam mais. Foi daí que comecei a ouvir uma música do Tom Jobim, não era "águas de Março" nem mesmo "anos dourados", era "fotografia", era meu rádio relógio me despertando, pois quando olhei eram cinco da manhã e tudo foi apenas um sonho, e na mesma rotina vi o sol que foi surgindo na minha frente vagarosamente, assim como eu, vagarosa ao acordar.